Le blog brésilien Ágora com dazibao no meio publie la traduction en portugais d’une interview avec le sociologue Antonio Casilli, auteur de Les liaisons numériques. Vers une nouvelle sociabilité ? (Ed. du Seuil). L’interview, initialement réalisée par Hubert Guillaud, avait été initialement publié dans le blog Internetactu de Le Monde.
Vivemos em um ambiente mediado por máquinas de comunicação que alteram a forma da relação social. Agora, em seminários científicos, informações são trocadas não apenas por meio de comunicações “oficiais”, mas também através da Internet (aquilo que chamamos de backchanneling, como explica Danah Boyd – NDE), permitindo recriar formas de autenticidade comunicacional capazes de cruzar por túneis sob a nossa realidade. Trocamos e-mails, mensagens de texto, mensagens instantâneas ou tweets com impacto emocional, em tempo real, que podem ser mais importantes do que as formas mais civilizadas de comunicação real.
Essas tecnologias nos ajudam a gerenciar melhor nosso “posicionamento social”. Existe um desejo no uso dessas tecnologias que vai nessa direção, a de fazer com que nosso posicionamento primário se beneficie de uma posição de escolha.
O que está em jogo é a questão da homofilia [amizade]. Em sociologia, homofilia refere-se a um discurso determinista que diz que tendemos a associar-nos a pessoas com quem partilhamos formas de complementaridade relacionadas à linguagem, ao gênero, ao nível cultural ou à etnia… No estudo da amizade como processo social, durante muito tempo pensou-se que a amizade entre as pessoas se dava em função do gênero, de compartilhar o mesmo ambiente geográfico, social etc. Mas com a Internet conseguimos criar áreas de maior controle a respeito desse posicionamento.
Meus estudos em sociologia informática baseiam-se fortemente na análise da homofilia, visando compreender se estas características comuns influenciam na criação de laços em redes sociais como o Facebook, com o objetivo de compreender o que ocorre quando falamos de posicionamento social, de estrutura social. Inclusive criei um modelo multiagente capaz de agrupar redes de laços de amizade. O que importa observar é como se chega, independente do parâmetro usado, sempre ao mesmo resultado: o modelo mostra que a homofilia não faz parte do jogo. Ou em todo caso, seu papel é bem menor do que o das características culturais, das experiências ou dos gostos exibidos publicamente, como expliquei em uma pesquisa recente que fiz com Paola Tubaro (.pdf).